quinta-feira, 7 de julho de 2011

Conheça as doenças comuns no inverno e saiba como se proteger


Com a chegada do inverno as dificuldades típicas da estação aparecem. Gripes, resfriados, asma, pneumonia, amidalite, sinusite, otite, bronquite e renite alérgica são algumas doenças relacionadas ao clima que acometem pessoas de todas as idades.
Pensando na intensificação dos cuidados e no esclarecimento aos nossos leitores, o Jornal São Marcos Online contatou com o Doutor Gilberto Moschetta a fim de ouvir de um profissional as melhores medidas de proteção e prevenção. Acompanhe:

CHEGOU O INVERNO!

Por Gilberto Moschetta
E com ele chegam às mudanças de temperatura, o frio e a umidade invadem nossas casas, as pessoas ficam mais aglomeradas e as janelas fechadas.
É a época dos espirros, tosses e de outras consequências desagradáveis. São as chamadas doenças de inverno, ou seja, males que atacam com mais agressividade nos meses mais frios do ano.
Embora todas se manifestem com sintomas comuns, algumas diferenças nas suas características fazem a diferença no tratamento, e é importante a avaliação médica quando estes sintomas se tornam mais importantes. Também é muito importante lembrar que o estado de saúde prévio da pessoa interfere nos efeitos da doença: crianças pequenas, idosos, pessoas já acamadas por outros problemas, ou em tratamento para doenças pulmonares graves, diabéticos e pessoas em quimioterapia são muito mais sensíveis aos efeitos da doença.
A transmissão de todas estas doenças infecciosas se faz por via aérea, quer dizer, pequenas gotículas de saliva espalhadas no ar por alguém que tosse ou espirra são inaladas por outra pessoa, e junto delas vem os germes causadores.
É por isso que portas fechadas e aglomerados de pessoas facilitam as infecções: há mais exposição aos germes, que ficam mais tempo no ar parado.
O frio sozinho não é causador de infecções, caso contrário pessoas que moram nos extremos de temperatura como esquimós e siberianos não sobreviveriam ao inverno. Mas a mudança frequente de temperatura corporal ou ambiental irrita as vias aéreas, que se tornam mais sensíveis aos agentes de infecção.
Vamos começar por entender a diferença básica entre gripe e resfriado. São duas doenças diferentes, embora as pessoas frequentemente misturem tudo.
Resfriado é uma infecção causada pelo adenovírus e o rinovírus. Existem cerca de 200 variações de microorganismos que dão origem ao resfriado. Ataca principalmente o nariz e a garganta, causando espirros, coriza, obstrução nasal, pigarro na garganta e tosse. A recuperação acontece em dois ou três dias.
Gripe é uma infecção respiratória causada pelo vírus influenza tipos A e B e altamente contagiosa. Os sintomas variam de pessoa a pessoa, mas em geral, há um cansaço extremo, febre por dois ou três dias, dores no corpo, de cabeça e na garganta, coriza, tosse com ou sem catarro. A melhora ocorre depois de três ou cinco dias.
As formas mais severas de gripe podem levar a pneumonias, insuficiência respiratória e morte, como pudemos observar há alguns anos com as gripes asiáticas, do frango e do porco (H1N1).
A PNEUMONIA pode ter origem em infecções virais, bacterianas ou alérgicas. Quase metade dos quadros de pneumonia é causada por vírus. Os pulmões sofrem um processo inflamatório e o espaço ocupado pelo ar é preenchido por líquido e pus. Assim, o oxigênio encontra dificuldade em atingir o sangue e, dependendo da gravidade, a pneumonia pode ocasionar a falta de ar. Dentre os sintomas mais comuns estão a febre alta, a tosse com fortes dores no peito, catarro e dificuldades para respirar. O termo pontada se refere a dor no tórax que pode ocorrer quando a pessoa respira, causada pela infecção da pleura que pode ocorrer junto com a pneumonia. Nem toda pessoa que tem pneumonia tem febre, nem todos tem tosse, nem todos tem pontada. A pneumonia é uma doença grave que ainda mata, e os esforços para controlá-la adequadamente devem ser contínuos.
Amidalite é uma inflamação das amídalas, que servem como filtros no fundo de nossa garganta, evitando a passagem de infecções da boca e dos seios da face para o resto do corpo. Pode ser causada por vírus ou por bactérias. Os sintomas são dor de garganta, dor ao engolir, febre, mau hálito e, às vezes, inchaço dos gânglios do pescoço.
Sinusite é a inflamação da mucosa que reveste os chamados “seios da face”, cavidades do crânio em torno do nariz, causada por alergias ou infecções virais e bacterianas. Os principais sintomas são dor de cabeça, inchaço nas pálpebras, nariz entupido e dor nos olhos.
Bronquite é uma inflamação dos brônquios, que impede a chegada do ar aos pulmões. A forma aguda é causada por vírus e bactérias. A crônica é recorrente e não necessariamente fruto de infecção. Seus principais sintomas são: tosse seca com chiado seguida por tosse com eliminação de catarro, dor no peito, fadiga, mal estar e febre. Pode estar ligada a alergias e é agravada com o fumo ou o contato com fumantes.  Otite (ou dor de ouvido) é uma infecção bacteriana do ouvido médio, que fica entre o tímpano e o ouvido interno, muito comum em crianças. Normalmente, vírus e bactérias que infectaram a garganta migram até o ouvido e se multiplicam, graças às secreções da área. 
A RINITE ALÉRGICA normalmente é causada após o contato com poeira, mofo, cheiros fortes, produtos químicos, cigarro, mudanças de temperatura e umidade. O quadro de rinite tem evolução crônica, com períodos de melhora e piora. Os sintomas vão desde coriza, espirros, coceira no nariz até obstrução nasal. A pessoa pode ter estes mesmos sintomas causados apenas pela exposição as mudanças de temperatura, ar seco ou frio, e nestes casos não há alergia: é a chamada rinite vasomotora.
A asma é uma inflamação do pulmão e das vias aéreas que provoca inchaço e estreitamento dos brônquios, o que dificulta a passagem do ar. Ela é uma doença de fundo alérgico, com diversos fatores desencadeantes, como substâncias ou produtos que irritam as vias aéreas (pó, produtos de limpeza, perfumes, etc.), infecções virais, atividade física intensa e até fatores emocionais. É conhecida por ser uma doença comum em crianças, mas pode surgir em adultos a partir de infecções por vírus e bactérias.
Os sintomas mais frequentes durante uma crise de asma são a tosse, o chiado na expiração, a falta de ar e a sensação de aperto ou opressão no peito, podendo variar de intensidade conforme cada caso. É comum um quadro de asma ter início com crises leves, de pouca duração, que cedem facilmente. A cada inverno, no entanto, os ataques podem tornar-se mais intensos e demorados, até se tornarem contínuos.
Como se proteger:
 - Beber bastante líquido;
- não deixar de fazer exercícios físicos (nadar, correr e caminhar são especialmente importantes porque aumentam a capacidade respiratória);
- evitar lugares fechados e pouco arejados; mantenha o ambiente ventilado. Nessa época, há um grande aumento de bactérias no ar e, por isso, ambientes fechados como ônibus e escritórios devem estar arejados;
- evite o contato com pessoas com gripe, pois essas doenças são adquiridas pelo ar;
- evitar fumar e conviver com fumantes;
- a vacinação anual é importante, não causa gripe e evita complicações mais sérias;
- para bebês, a amamentação é indispensável, pois garante a proteção da criança.
Mas a medida mais simples, que previne todas as doenças infecciosas, respiratórias ou não, é lavar as mãos com muita frequência. Esse hábito cresceu muito no Brasil no ano passado, depois do surto da Gripe A, e não deve ser abandonado, mesmo com a vacinação deste ano.
Quanto ao tratamento, o uso de soro fisiológico nasal para higiene do nariz e de analgésicos simples como paracetamol, ibuprofeno e dipirona é a única alternativa disponível sem avaliação médica. Medicamentos como antibióticos, descongestionantes sistêmicos, injeções e outros não devem ser usados sem orientação médica, pois podem mascarar ou agravar quadros prévios. Portanto, em caso de persistência de sintomas, falta de ar, febre alta ou dificuldade para respirar, não fique esperando: procure seu médico e trate-se adequadamente

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